quinta-feira, 30 de julho de 2009

Influenza H1N1 (gripe suina) x Influenza A (2) gripe espanhola parte 1

Abrigados em trincheiras, os soldados enfrentavam, além de um inimigo sem rosto, chuvas, lama, piolhos e ratos. Eram vitimados por doenças como a tifo e a febre quintana, quando não caíam mortos por tiros e gases venenosos.
Parece bem ruim, não é mesmo? Era. Mas a situação naquela Europa transformada em campo de batalha da Primeira Grande Guerra Mundial pioraria ainda mais em 1918. Tropas inteiras griparam-se, mas as dores de cabeça, a febre e a falta de ar eram muito graves e, em poucos dias, o doente morria incapaz de respirar e com o pulmões cheios de líquido.

Em carta descoberta e publicada no British Medical Journal quase 60 anos depois da pandemia de 1918-1919, um médico norte-americano diz que a doença começa como o tipo comum de gripe, mas os doentes “desenvolvem rapidamente o tipo mais viscoso de pneumonia jamais visto. Duas horas após darem entrada [no hospital], têm manchas castanho-avermelhadas nas maçãs do rosto e algumas horas mais tarde pode-se começar a ver a cianose estendendo-se por toda a face a partir das orelhas, até que se torna difícil distinguir o homem negro do branco. A morte chega em poucas horas e acontece simplesmente como uma falta de ar, até que morrem sufocados. É horrível. Pode-se ficar olhando um, dois ou 20 homens morrerem, mas ver esses pobres-diabos sendo abatidos como moscas deixa qualquer um exasperado”.

A gripe espanhola – como ficou conhecida devido ao grande número de mortos na Espanha – apareceu em duas ondas diferentes durante 1918. Na primeira, em fevereiro, embora bastante contagiosa, era uma doença branda não causando mais que três dias de febre e mal-estar. Já na segunda, em agosto, tornou-se mortal.
Enquanto a primeira onda de gripe atingiu especialmente os Estados Unidos e a Europa, a segunda devastou o mundo inteiro: também caíram doentes as populações da Índia, Sudeste Asiático, Japão, China e Américas Central e do Sul.

No Brasil, a epidemia chegou ao final de setembro de 1918: marinheiros que prestaram serviço militar em Dakar, na costa atlântica da África, desembarcaram doentes no porto de Recife. Em pouco mais de duas semanas, surgiram casos de gripe em outras cidades do Nordeste, em São Paulo e no Rio de Janeiro, que era então a capital do país.
Morto pela gripe. Rio de Janeiro. Clube de Engenharia. As autoridades brasileiras ouviram com descaso as notícias vindas de Portugal sobre os sofrimentos provocados pela pandemia de gripe na Europa. Acreditava-se que o oceano impediria a chegada do mal ao país. Mas, com tropas em trânsito por conta da guerra, essa aposta se revelou rapidamente um engano.

Durante a pandemia de 1918, Carlos Chagas assumiu a direção do Instituto Oswaldo Cruz, reestruturando sua organização administrativa e de pesquisa. A convite do então presidente da república, Venceslau Brás, Chagas liderou ainda a campanha para combater a gripe espanhola, implementando cinco hospitais emergenciais e 27 postos de atendimento à população em diferentes pontos do Rio de Janeiro.
Estima-se que entre outubro e dezembro de 1918, período oficialmente reconhecido como pandêmico, 65% da população adoeceu. Só no Rio de Janeiro, foram registradas 14.348 mortes. Em São Paulo, outras 2.000 pessoas morreram.

As estimativas do número de mortos em todo o mundo durante a pandemia de gripe em 1918-1919 variam entre 20 e 40 milhões. Para você ter uma ideia nem os combates da primeira ou da segunda Grande Guerra Mundial mataram tanto. Cerca de 9 milhões e 200 mil pessoas morreram nos campos de batalha da Primeira Grande Guerra (1914-1918). A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) responde pela morte de 15 milhões de combatentes.

Influenza H1N1 (gripe suina) x Influenza A (2) gripe espanhola

Por Fernando Dannemann http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=1040128
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GRIPE ESPANHOLA, A (2)

O Jornal da Cidade, de Aracaju, publicou no dia 10 de setembro de 2007, matéria assinada pelo jornalista Mario de Morais, abordando assunto relacionado com a descoberta do vírus de uma pandemia que no período de 1918 a 1920 matou mais de vinte milhões de pessoas no mundo inteiro. O texto em questão dizia o seguinte:
Em 1997 infectologistas dos Estados Unidos descobriram, finalmente, o vírus responsável pela gripe espanhola, que matou 21 milhões de pessoas. Na época, a epidemia foi chamada de influenza (hoje em dia nome dado a uma simples gripe). Mesmo os mais idosos só sabem do fato de ouvir dizer. Seus avós contavam que se trancavam em casa, temerosos de pegar a mortal moléstia. E através do vidro das janelas viam passar filas de caminhões cheios de cadáveres amontoados em direção aos cemitérios. Não havia tempo para chorar seus mortos. Eles eram reunidos e jogados em vala comum. Alguns coveiros chegavam a abandonar o trabalho, temerosos do contágio. Os médicos negavam-se a ir à casa dos clientes que haviam sido contaminados pela terrível moléstia. O pavor era geral!

Em 1918, quando a Europa ainda chorava os seus milhões de mortos vítimas da Primeira Guerra Mundial, os primeiros casos da desconhecida enfermidade surgiam na Espanha. Em números gerais, o conflito que durou seis anos matou 50 milhões de pessoas, entre militares e civis. Os sintomas da misteriosa gripe eram idênticos a uma pneumonia muito contagiosa, e o vírus se propagava pelo ar. Não existiam os antibióticos, e quem pegava a doença dificilmente conseguia sobreviver. Segundo se soube, o vírus espalhou-se pelo mundo através dos navios de cargas e de passageiros espanhóis. Daí o nome da gripe.
Em 1920, tal como surgiu, a gripe espanhola desapareceu. A partir daí os mais competentes virologistas passaram a trabalhar intensamente em seus laboratórios na tentativa de descobrir o que causara a pandemia. Os recursos, porém, eram escassos. Não existiam os microscópios, capazes de localizar o vírus - até então os menores seres da biologia terrestre -, nem enfermos que pudessem fornecer os germes causadores da enfermidade.
Somente em 1997 a causa da gripe foi descoberta e anunciada pelos médicos do Instituto de Patologia das Forças Armadas americanas. Especialistas, então com maiores recursos, liderados pelo dr. Jeffery Taubenberger, estudaram as vísceras preservadas em formol de 43 mil soldados mortos pela gripe espanhola e autopsiados em 1918. Nos pulmões de um deles os virologistas encontraram 30 espécimes do mortal vírus. Ele foi isolado e estudado seu material genético. E descobriram, assombrados, que ele era bem semelhante ao vírus da gripe suína, que não ataca os humanos. Apesar disso os pesquisadores concluíram que, de todas as gripes, as suínas são as mais contagiosas. O que ficou comprovado com as epidemias na Ásia, em 1957, e em Hong Kong, em 1968, transmitidas por porcos.
Em nosso país, só no Rio de Janeiro e São Paulo morreram 20 mil enfermos em apenas dois meses. Entre eles, o presidente Rodrigues Alves (1832-1919). Em 1918 ele fora eleito para um segundo mandato, mas não chegou a tomar posse. O primeiro mandato fora de 1902 a 1906. E a vida, mais uma vez, mostrou-se irônica, já que Rodrigues Alves instituíra a vacina obrigatória contra a varíola, numa polêmica campanha comandada por Osvaldo Cruz, que enfrentou a Revolta da Vacina em 1906.
FERNANDO KITZINGER DANNEMANN para ler na íntegra:
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CHEGADA DO HOMEM A LUA POLÊMICA.

Em 20 de julho de 1969, exatamente às 23 horas, 56 minutos e 20 segundos de Brasília, o astronauta americano Neil Armstrong, 38 anos, entrava para a história como o primeiro homem a pisar na Lua e avistar a Terra de lá.
A bordo da nave Apolo XI, ele, Edwin Aldrin, conhecido como "Buzz" (zumbido) e Michael Collins cumpriram a missão de alunissar (aterrisar na Lua) após levantarem vôo em 16 de julho do mesmo ano.
Como comandante da Apolo XI, Armstrong pilotou o módulo lunar com Aldrin, enquanto Collins permaneceu no outro módulo em órbita lunar. Por quase duras horas e meia, os dois coletaram amostras do solo lunar, fizeram experimentos e tiraram fotografias.
O mundo inteiro permaneceu em alerta naquele dia. Nada menos que 850 jornalistas de 55 países registraram o acontecimento. E estima-se que cerca de 1,2 bilhão de pessoas testemunhavam via satélite a alunissagem, considerada impossível tempos atrás. Muitos, inclusive, ainda duvidam de que tal fato tenha realmente acontecido, mesmo com tantas outras missões tripuladas que se lançaram no espaço, após Armstrong ter colocado seu pé esquerdo, coberto pela bota azul, no chão fino e poroso do solo lunar.
"Este é um pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a humanidade" ("That's one small step for man, one giant leap for mankind"), frase dita pelo astronauta, ouvida no mundo inteiro.


para saber mais http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/homemnalua/home.html